10 de setembro de 2007

Semi-reconciliada


A loucura anda por aí há imenso tempo, mas tinha decidido não ir ver o Ratatouille porque não gosto de pagar bilhete para sofrer. Porque odeio ratos, desde os familiares mais afastados, como os hamsters, aos mais modernos chinchilas, passando por um simples rato de peluche… Não suporto, ponto. Desde pequena que tenho pavor desses bichos, ao ponto de ter pesadelos com ratazanas gigantes, de ficar histérica quando vejo um (como nos filmes) e de ter o azar de todas as histórias nojentas sobre ratos me virem parar aos ouvidos.

Mas ontem o pai da Mary lá me convenceu. Que o filme não fazia impressão nenhuma, que o rato é super querido, que passamos a olhar para a espécie com outros olhos… Cedi. Mas não exageremos! De facto o rato tem piada e até tem o seu quê de fofinho (aliás, é o único que consigo suportar para além do Rato Mickey e de um que aparece num episódio do Dr. House – mas este, acho que aguento porque estou entretida com os olhos azuis do médico louco). Agora, sempre que aparece a dita «colónia», com aquelas centenas de roedores grandes e pequenos, pretos, cinzentos e castanhos, a pele arrepia-se-me e a tentação é para fechar os olhos.

Feitas as contas: valeu a pena o sacrifício. Os cenários são belíssimos, a luz fantástica, os pormenores apurados e a história muito bonita sem ser lamechas. Excelente exemplo de como o trabalho em equipa tem sempre como resultado no mínimo 1 + 1 = 3 e de como mesmo um sonho impossível é possível de alcançar. Tirando as manadas / rebanhos / matilhas de rataria, muito bom.

O que acabo de ler I – O inocente, de Ian McEwan:

A história passa-se na Berlim dos anos 50, bombardeada após o fim da guerra e antes da construção do Muro. Num cenário de espionagem, o protagonista mantém a sua vida profissional em paralelo com a sua vida pessoal, nunca as misturando. Mas é no encontro das duas que o desfecho acaba por acontecer. Uma história acerca de como depressa se passa da inocência à culpa e como se descobre, décadas mais tarde, que afinal a inocência esteve sempre lá. Ian McEwan já publica desde 1975, mas só se tornou conhecido por cá em 1998, com o lançamento de Amesterdão. Depois de se ler um dos seus livros, a vontade é de ler todos… e já são muitos, sempre com histórias fortes.


O que acabo de ler II – Aqui há gato 2, de Darby Conley:

As tiras habituais do solteirão que vive com o um cão bonzinho e com um gato manhoso, cheio de «gatitude» e que é o verdadeiro dono da casa. E tinha de ser um siamês, claro...

2 comentários:

Mary disse...

Tu, acabas de ver um filme e de ler dois livros; eu, acabo de mudar uma série de fraldas, de esterilizar outros tantos biberões e de fazer não sei quantas camas.

Tenho saudades de quando era uma pessoa normal...

Vespinha disse...

Deixa lá que eu, como pessoa «normal», volto amanhã ao trabalho e vou deixar de ter tempo para isto tudo... Mas vou esforçar-me para continuar! E olha que às vezes não me importava nada de ser uma «anormal» com filhos...