28 de janeiro de 2008

Duas curiosidades

1. Há um blog português que pretende reunir imagens de bibliotecas pessoais de todo o mundo. Chama-se BiblioFotoTeca e já lá está uma imagem da minha:

http://bibliofototeca.blogspot.com/2008/01/biblioteca-da-rita-lisboa-portugal.html

2. O Google presta hoje homenagem aos 50 anos da Lego. Com o seguinte logotipo na página de busca:

26 de janeiro de 2008

Saúde doente

Ontem e hoje vi várias referências nos jornais e televisão a uma chamada para o INEM feita por um indivíduo de Alijó, para prestar assistência a uma pessoa que tinha caído. Após uma conversa surrealista, em que o tom é de tudo menos de urgência, é muito improvável que o socorro tivesse chegado a tempo. A qualidade da ligação era péssima, a operadora do INEM não percebia o que dizia o irmão da vítima, a morada e os números de telefone eram constantemente mal entendidos. Quando finalmente a operadora percebeu o que se passava (aí por volta do 5.º minuto da chamada), e de ter duvidado inúmeras vezes da veracidade da chamada, tentou enviar para o local uma ambulância dos bombeiros de Favaios. Só que, além de o bombeiro não estar a prestar atenção ao que ela dizia, estava ao telemóvel, coitado. E quando finalmente percebeu que tinha um serviço, não podia ir, porque estava sozinho na corporação. Então, a operadora ligou para a corporação de Alijó, que também só tinha um bombeiro disponível. Mas o senhor lá disse que ia chamar um colega e assim terminou a chamada de emergência. Quase 15 minutos depois de ter começado.

http://www.youtube.com/watch?v=88ukPcA55jI&eurl=http://kropotkine.blogspot.com/ (1.ª parte)

http://www.youtube.com/watch?v=MRDh-5aEKkg&eurl=http://kropotkine.blogspot.com/ (2.ª parte)

Nas duas únicas vezes em que tive contacto com o INEM, foi para pedir assistência para a minha mãe, em 2004. Apesar de, depois de chegarem, a terem assistido da melhor forma possível, a verdade é que da primeira vez demoraram cerca de meia hora a chegar. Estávamos a 5 km do Hospital Fernando da Fonseca. Nunca me vou esquecer desses 30 minutos, com a minha mãe a ter um AVC e a entrar em coma, o meu pai atarantado, o meu irmão a chegar a casa no meio da confusão. Da segunda vez, eu não estava presente, mas foi mais rápido e a assistência igualmente boa.

O que pergunto é: Será sempre uma questão de sorte? Sorte de ligarmos e sermos atendidos pela pessoa certa? Sorte de haver uma ambulância disponível? Sorte de a ambulância dar com o caminho? Sorte de a pessoa a precisar de assistência aguentar mais uns minutos?

Depois, no hospital, a confusão também foi muita e a assistência muito precária. Durante um mês, a minha mãe entrou no na urgência do HSF 4 vezes em estado grave, tendo sempre alta poucos dias depois e sem lhe fazerem os exames necessários. Numa das vezes, esteve 2 dias deitada numa maca no corredor das urgências porque alguém se esqueceu de avisar que havia camas livres lá em cima. Até que o meu pai perdeu a cabeça e, como médico, ou apesar disso, teve de intervir. Em pouco tempo, os exames foram feitos e o processo encaminhado, e só no Curry Cabral e mais recentemente no Garcia de Orta ela foi bem tratada. Mas as sequelas ficaram e, sobretudo o trauma sempre que uma emergência se avizinha.

Podemos sempre recorrer aos seguros de saúde, claro... Mas e quando até os seguros de saúde não comparticipam intervenções realmente necessárias? Esperamos? Até quando? Até já não ser necessário pelos piores motivos?

22 de janeiro de 2008

Publicidade fantástica

A publicidade pode ser de facto fantástica. Vende tudo e torna qualquer coisa muitíssimo atraente. Acho que, com boa publicidade, até ficaria convencida com uns parafusos xpto ou com uns chinelos de quarto de andar nas nuvens. Mas a publicidade que encontrei hoje não é a parafusos nem a chinelos de quarto. É publicidade a frigoríficos.

Mas como tornar apetecível um frigorífico branco, inócuo, simples, sem nada dos metalizados que hoje se usa e das cores e formas fantásticas dos Smeg? Um frigorífico que tem como principal característica o facto de, supostamente, impedir a mistura de cheiros?

Muito simples. Assim:




PS: Hoje, nas minhas pesquisas, encontrei uma série de outros anúncios fantásticos a causas mais nobres, como a preservação da natureza e o apoio à vítima. As imagens ficam para outro dia.

Não funciono sem pequeno-almoço



É raro ligar a estes testes, mas achei graça a este, identificarmo-nos com uma hora do dia. E achei ainda mais graça quando este acertou na mouche:

You are breakfasty, like a pile of pancakes on a Sunday morning that have just the right amount of syrup, so every bite is sweet perfection and not a soppy mess. You are a glass of orange juice that's cool, refreshing, and not overly pulpy. You are the time of day that's just right for turning the pages of a newspaper, flipping through channels, or clicking around online to get a sense of how the world changed during the night. You don't want to stumble sleepily through life, so you make a real effort to wake your brain up and get it thinking. You feel inspired to accomplish things (whether it's checking something off your to-do list or changing the world), but there's plenty of time for making things happen later in the day. First, pancakes.

E de facto é mesmo assim: não funciono sem um bom pequeno-almoço, de preferência em casa: cereais, fruta e um cafezinho. E, enquanto isso, vejo as notícias, vejo o mail, actualizo o blog! Não será por acaso que demoro entre 1h a 1h30 desde que me levanto até sair de casa. Eu costumava dizer a mim própria que andava por casa a «inventar»... Afinal, é só porque sou uma «pessoa 10h02».

21 de janeiro de 2008

Pai torto...

... não é só o nome de uma localidade do concelho de Mirandela.

É também uma homenagem a todos os pais que, como o meu, serviram de escorregas, de camas de saltos, de carrossel e de baloiços quando éramos pequenos. Pais que serviram de bonecos quando lhes fazíamos ataques de cócegas, pais que nos pegavam ao colo nas ondas da praia, pais que às vezes eram mesmo «tortos» quando nos davam um berro ao fazermos asneiras. Pais que fizeram de nós o que somos hoje. Pais a sério. Como o meu.

20 de janeiro de 2008

Vazia...

Sinto-me vazia depois dos últimos 7 dias de trabalho, que acabaram há bocado. Vazia porque de repente não tenho folhas à minha frente nem uma caneta na mão. Vazia porque tive de vir de imediato para o computador, porque fiquei sem saber o que fazer. Vazia porque vou ter de abrir o correio acumulado na caixa durante toda a semana. Vazia porque agora o que me apetece fazer é nada.

Queria ir ao cinema, queria ver o novo filme do Woody Allen, queria ver a Expiação, baseado no livro de Ian McEwan. Mas vou ter de adiar durante mais uns dias.

Porque mais 7 dias começam amanhã e já estou a começar a ficar cheia.

18 de janeiro de 2008

42 dias

São os dias que faltam para, acho, voltar a ter uma vida relativamente normal. Porque começar a trabalhar intensamente todos os dias às 9h e acabar sempre bem depois das 21h não é vida que se apresente.

16 de janeiro de 2008

O prometido é devido...

... por isso, aqui fica a agenda da semana. Desta vez, sobre Barulho, uma localidade onde os otorrinos devem ter muita clientela.

14 de janeiro de 2008

Escolhas difíceis


Sou do tipo de pessoa que escolhe demasiado. Que, a todos os níveis, tanto escolhe que acaba por ficar sem nada. Ou sozinha. E tantas vezes, quando finalmente escolho, percebo que alguém escolheu primeiro.

Mas desta vez trata-se de algo diferente. Da «escolha» do(a) comprador(a) para a minha casa. Se calhar é por ainda ter um ano para a vender, mas a verdade é que estou a ser um bocado exigente. Por isso, esta semana recusei uma oferta que até nem era má.

Primeiro, porque a proposta começou por ser muito baixa, para depois ir subindo aos poucos. No final até era razoável, mas não aceitei.

Segundo, não gostei nada da atitude do comprador. A ver a casa de mãos nos bolsos, com um ar indiferente, até que percebi que mora numa casa igual à minha, alugada (algo que não era permitido), e que só não a compra porque não quer dar o valor que lhe pedem (o mesmo que eu peço), ainda por cima tendo de fazer obras. Pormenor: se tem de fazer obras, é porque ele próprio não a estimou, já que é ele que vive nela. Assim, preferia a minha, que está como nova, e ainda por cima propondo declarar nos contratos valores abaixo dos reais. N.º 1, não preciso de declarar valores abaixo, tudo o que ganhar nesta venda vou aplicar na venda da outra. N.º 2, nunca gostei de passar ao lado da lei, é uma atitude um bocado tótó mas tenho sempre medo de ser apanhada.

Terceiro, não gostei da atitude do vendedor. A querer ganhar demasiada confiança, nunca tendo os valores na ponta da língua, a pressionar, cheio de argumentos que não são para mim. Pela amostra, se opto por este vendedor vou ter de ser eu a tratar de toda a papelada, e não é isso que normalmente acontece com as agências imobiliárias.

Quarto, se a vendesse a este comprador queriam que eu deixasse a casa em Março. Além de não estar psicologicamente preparada para isso e de implicar algumas dificuldades logísticas, nunca a escritura iria ser feita nessa altura. Mas então de quem é a decisão final, minha ou do comprador? Parece-me que a casa ainda é minha...

Pelo caminho, tenho tido outras visitas, com quem tenho simpatizado. Uma delas fez-me uma proposta, abaixo do que eu peço, mas de forma educada. Entretanto, vou também optar pela venda privada, com a ajuda de um powerpoint que (acho) está a ficar muito giro.

Para já, tenho tempo. Espero daqui a um ano não estar a engolir as palavras que acabo de escrever.

11 de janeiro de 2008

Toponímia

A minha amiga L. ofereceu-me ontem um presente hilariante: uma agenda. Mas não é uma agenda qualquer... É uma agenda onde eu não vou escrever nada. Mas só porque não a quero estragar. Porque é demasiado engraçada e original e porque me quero limitar a, semanalmente, olhar para ela e rir-me.

A ideia é extremamente simples. A agenda chama-se «De Cebolais de Cima a Sarilhos Grandes», publicada pelo Planeta Tangerina, que tem uma série de outras publicações orignais: http://www.planetatangerina.com/publico/index.php. E cada semana refere um nome toponímico português, acompanhado de um desenho humorístico/caricatural. Tão simples que, pela sua simplicidade, me pergunto: como é que nunca tinha pensado nisto? Alguns nomes já os conhecia, outros são verdadeiras surpresas.

Para partilhar esta agenda tão deliciosa vou tentar partilhar aqui semanalmente o scan do «nome da semana». Eis o da que está em curso:

9 de janeiro de 2008

Caos

A alguns dias de distância já consigo descrever o jantar de 6.ª feira em minha casa.

Ingredientes: 18 m2 de sala; 13 adultos; 4 crianças; 2 gatas; 4 frangos e 2 pizzas gigantes.
Foi a primeira vez, em 5 anos, que tive aqui tanta gente. Mas este ano, por ter sido o meu último aniversário aqui, decidi arriscar. E que risco.

As gatas, em pânico, uma delas escondida numa cadeira debaixo da mesa, que era precisamente o centro das atenções. Lá consegui pegar nela e «refugiá-la» no quatro.

Os adultos, a falar todos ao mesmo tempo, como já é hábito neste meu grupo de amigos. Nem sei como nos entendemos, mas a verdade é que saltamos com extrema facilidade de uma conversa para outra, do tipo: «A sério, ainda te mudas este ano? Então e próximo jantar, onde é que vai ser? O T. já fala francês com 3 anos?».

As crianças, histéricas, a saltar por todo o lado, a enrolarem-se nos cortinados, a pularem no sofá, a correrem atrás das gatas e a limparem as mãos onde calhava. A certa altura, decidi não ligar, e foi o melhor que fiz. E dizia-me a mãe de um dos terroristas: «Isto é horrível para quem não tem crianças...».

No fim, ficou a satisfação de termos estado mais uma vez todos juntos, muita comida a sobrar, e um par de sapatos e um livro de banda desenhada esquecidos cá em casa.

PS: No dia seguinte, encontrei o meu bloquinho de post-its todos meticulosamente separados uns dos outros...

7 de janeiro de 2008

Leya um livro

Leya romances.

Leya banda desenhada.

Leya poesia.

Leya devagarinho.

Leya todos os dias.

Leya o que lhe apetecer.

Leya. A partir de hoje, é este o nome do grupo editorial a que pertenço. Um verbo no imperativo, que é também um apelo, que é também um conselho e dos bons. Um verbo em que o «i» se transforma num «Y», um «i» de braços abertos para abraçar o mundo e manter bem junto a si todas as editoras que já lhe pertencem.

O que aí vem, não sei, mas hoje sinto-me um bocadinho vaidosa por pertencer ao Grupo Leya. Nem que seja pelo trabalho fabuloso de todos os que prepararam o evento fantástico que foi o lançamento da marca. A eles, muitos, muitos parabéns.

6 de janeiro de 2008

Revelação

É revelado amanhã, com alguma pompa e circunstância, o nome do grupo em que trabalho. Um nome novo sobre o qual que se especula há meses, que se pretende forte e universal, que vai juntar muitas empresas debaixo de si. Tem sido uma azáfama, com os responsáveis pelo marketing e comunicação a fazer tudo às escondidas, em sigilo, não vá o nome escapar e chegar a ouvidos errados ou pouco cuidadosos. Tenho as minhas suspeitas, mas não vou abrir a boca para não estragar a surpresa.

O evento vai juntar num único espaço todos os funcionários de todas as empresas, numa tentativa de motivação e de construção de espírito de grupo. Numa altura de muito, muito trabalho, em que a saída de diversas pessoas (umas por rescisão de contratos, outras por vontade própria) sobrecarrega brutalmente as que ficam, é bom e um pouco emocionante haver um acontecimento assim. Porque quebra o ritmo pesado, porque vai envolver centenas de pessoas, porque, nem que seja por um dia, nos faz sentir importantes. E com um bocadinho de menos vontade de fugir a sete pés, sobretudo aos que, como eu, já andam nesta indefinição há quase um ano.

Mas vamos dar tempo ao tempo.

5 de janeiro de 2008

Incorrigíveis

Os Incorrigíveis são uma série de pequenos sketches, publicados diariamente no site das Produções Fictícias. Cada dia está a cargo de um humorista que, recorrendo a um vídeo caseiro, comenta coisas do dia-a-dia, sempre com um estilo muito próprio. Aqui fica a lista dos responsáveis por cada dia da semana:

- à 2.ª feira, Ricardo Araújo Pereira, no estilo Gato Fedorento à antiga, quando ainda não se agarravam tanto à crítica das figuras públicas, limitando-se à observação dos tiques de cada um de nós;

- à 3.ª feira, Bruno Nogueira que, com o seu ar alucinado, torna qualquer assunto muito engraçado;

- à 4.ª feira, Zé Diogo Quintela, no mesmo estilo do Gato Fedorento à antiga;

- à 5.ª feira, Herman José que, sinceramente, acho que está bastante decadente e com um sentido de humor um bocado deprimente;

- à 6.ª feira, aparece um humorista convidado, às vezes um simples desconhecido, que frequentemente se torna numa bela surpresa.

Aqui ficam três de Bruno Nogueira, só para amostra, porque quero que se riam como eu me ri:





2 de janeiro de 2008

Mensagens

Agora que já passaram 3 dias, já é sem lágrimas nos olhos que consigo mostrar as 2 mensagens que 2 minhas grandes amigas bloguistas publicaram no dia 30:

Parabéns... à minha amiga Vespinha. Uma amiga com "A" grande, daquelas que quase já não se usam, de tão verdadeira e incondicional - como a amizade deve ser. Que este ano que traga consigo tudo aquilo com que mais sonhas, porque mereces tudo isso e ainda muito mais. (Mary)

1973
diz ela que é uma boa casta, e eu concordo. logo comemorarei o seu nascimento mas tê-la-ei no pensamento durante todo o dia, como a tenho todos os dias. ela, que é uma das muito poucas amigas que me cabem na mão fechada.parabéns, vespinha. (Sininho)


Obrigada, AMIGAS.