3 de janeiro de 2011

Persepolis, de Marjane Satrapi


Se calhar quem me lê não tem muita paciência para a minha conversa sobre livros, muito menos para os de banda desenhada, mas eu não me canso de os recomendar, porque fazem parte da minha vida.

Este estava na minha to read list há muito tempo, e agora li-o de uma assentada. São mais de 300 páginas da autobiografia maravilhosa e emotiva de uma rapariga iraniana que chega à adolescência no eclodir da revolução islâmica e que vê o fundamentalismo obrigar à separação de sexos e à obrigação de as mulheres começarem a usar o véu, entre outras atrocidades. Marjane Satrapi teve a sorte de nascer numa família de mente aberta, que lhe deu uma educação isenta, que lhe permitiu sair do país, voltar a entrar e voltar a sair, que lhe perdoou e compreendeu todas as suas dúvidas e altos e baixos.

As ilustrações são belíssimas, de uma inocência comovente, a perspectiva é muito pessoal, sem esconder virtudes ou defeitos, cada capítulo é uma descoberta que queremos reler e reler.
Persepolis mostra-nos que as visões que nos chegam nunca são 100 por cento fiáveis, e que a realidade pode sempre ter várias leituras. Li, quero reler e gostava que todos fizessem o mesmo.

Para mim, esta vinheta representa todo o livro. Fabulosa:

2 comentários:

Ka disse...

Li esse livro há uns anos e achei delicioso, ainda hoje o recomendo.
Aprendi imenso com o Persepolis e permitiu-me também a mim alargar horizontes.

Agora que leste o livro, recomendo o filme! Excelente, com os mesmos desenhos do livro. A não perder!

Cristina Torrão disse...

Ainda não li, mas já ouvi falar, nomeadamente, do filme e ia fazer a sugestão. Pelos vistos, alguém se adiantou ;)