13 de junho de 2011

253, de Geoff Ryman


Uma viagem de sete minutos e meio na linha de Bakerloo, entre Embankment e Elephant and Castle. Uma composição do metro de Londres. Sete carruagens. Cada carruagem com 36 passageiros. Mais o maquinista. 253 pessoas, portanto.
Cada personagem tem direito a uma página e a exatamente 253 palavras, distribuídas por três partes: Outward appearance, Inside information e What he/she is doing or thinking. Uns vão para o trabalho, outros regressam, uns são turistas, outros são desempregados, há ingleses, indianos, americanos, chineses e até portugueses, há excêntricos e conservadores, há quem pense em coisas muito importantes e quem pense apenas no que sonhou a noite passada, há felizes e infelizes, novos e velhos, homens e mulheres. Grande parte cruzar-se-á apenas durante estes sete minutos. Outros têm ligações mais ou menos prováveis de que muitas vezes ainda não se aperceberam.
Um livro diferente, que começou por ser um projeto online, que pensei que ia ler aos bocadinhos mas que quis ler sempre mais um pouco. Um pouco frustrante na parte da descrição física, pela dificuldade do vocabulário, mas muito estimulante em tudo o resto.
Afinal, quem nunca se interrogou sobre a vida do passageiro do banco da frente?

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