30 de setembro de 2014

Desta vez fui apenas voyeur...

... nesta concentração de motas Casal e Famel por que passei no domingo à frente do Pavilhão Atlântico. Independentemente da fama que possam ter, não deixam de ter a sua beleza.








O dia mais triste da minha vida...

... foi há 17 anos, mais ou menos pela hora de almoço. Estava na cantina do Público, ainda na Quinta do Lambert, quando alguém me foi chamar porque tinha uma chamada urgente. Cheguei à minha secretária e do outro lado da linha estava o meu pai. Ao longe, ouvia a minha mãe a chorar. Ele só me conseguia dizer «A Babá... a Babá...» e eu terminei com um «... morreu!?».

Nunca mais esquecerei a incredulidade, o frio que me percorreu o corpo, a espera por que me fossem buscar porque não me deixaram conduzir, chegar a casa e ver a carrinha funerária à porta, não conseguir entrar, fugir para ir ter com uma amiga e voltar um pouco mais tarde, já sem a carrinha à porta. Subi ao meu quarto. Em cima da cama, uma toalha de renda embrulhada em papel de seda azul-claro, que a minha avó, a minha Babá, me deixara, acabadinha de fazer.

Foi muito rápido. Foi um aneurisma. Foi uma viragem na vida da nossa família. A minha Babá teria hoje 90 anos, há tantos velhinhos com 90 anos! Mas ela nunca chegou a velhinha... Se calhar ela também não quereria ser velhinha, adorava conversar, conduzir, viajar, pôr-se bonita. A minha Babá vai ser ser sempre bonita, como eu lhe dizia quando era pequenina. Saudades, muitas. Mas com a certeza de que está sempre ao meu lado, a vibrar com os meus sucessos e a sofrer com os meus falhanços. Ela era(é) assim. A minha Babá.

Agora é que os lápis nunca mais me desaparecem

29 de setembro de 2014

Dos velhos: duas leituras

São duas leituras completamente diferentes, na forma e no conteúdo, de que já falei aqui mas que vale a pena reforçar. Porque são mesmo muito boas.

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O centenário que fugiu pela janela e desapareceu: Allan Karlsson vive num lar e chegou ao dia do seu centésimo aniversário, que todos se prepararam para celebrar com pompa e circunstância. Mas Allan não quer. E, num impulso, decide fugir pela janela, de pantufas e tudo, e ir viver lá fora o máximo que ainda lhe resta para viver.

Encontra criminosos, malandros e gente que vive de esquemas, mas Allan adapta-se bem a tudo. Tal como, ao longo da sua vida (narrada em frequentes flashbacks), se adaptou a lidar com personalidades como Franco, Estaline, Mao Zedong, Churchill, Truman ou De Gaulle, tudo porque era especialista em explosivos.

O livro, do sueco Jonas Jonasson, é uma sequência de episódios nonsense, em que até um elefante-fêmea tem protagonismo. Muitos consideraram-no um absurdo. Eu gostei de acompanhar as aventuras deste velhote que simboliza a vontade de aproveitar a vida.

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Rugas: Esta é uma novela gráfica rara. Porque não fala de sexo, não fala de guerra, não fala de amor. Fala da velhice, dos velhos dos nossos dias e do que é viver num lar.

A propósito do pai de um amigo a quem foi diagnosticada a doença de Alzheimer, Paco Roca descreve o que podem ser os últimos dias (ou os últimos anos) de tantos, tantos idosos. Alguns que a família deixa num lar porque não tem mesmo mais hipóteses, mas outros que a família deixa num lar como se num repositório de coisas velhas para que não quer olhar.

É um livro pesado pelo tema que aborda, mas onde ainda se encontra algum sentido de humor pela mão de Miguel, o único idoso que por ali anda sem família e desprendido, mas que no fundo tem um bom coração.

E é um livro bonito e bem desenhado, muito.

Dos jovens: The girl effect



Vale a pena pensarmos um pouco nisto e no efeito bolo-de-neve que provoca.

Os gatos não têm vertigens, de António-Pedro Vasconcelos


Uma septuagenária (Maria José Guerra) acabada de enviuvar. Um adolescente (João Jesus) a chegar à idade adulta pronto para continuar a sua vida de delinquência. E no entanto, entre os dois, a amizade é possível. António-Pedro Vasconcelos consegue numa história verosímil juntar dois extremos da sociedade, jovens e velhos, ambos olhados como imprestáveis e indignos de investimento.

Para quem não costuma ver cinema português, posso garantir que a nível técnico está tudo muito bem: o som perfeitamente audível, a fotografia com qualidade mas sem parecer artificial, as interpretações muito credíveis (sobretudo as dos dois atores principais e as dos jovens delinquentes).

Da história só posso dizer que, apesar de conter um ou dois clichés, vale a pena ser conhecida. Mostra-nos que por vezes estar no local errado à hora errada se pode transformar precisamente no contrário.

PS: Os gatos? Estão lá e não estão, no sentido restrito e no sentido figurado. Depois de verem o filme perceberão porquê.

27 de setembro de 2014

Tarefa para o fim de semana: fazer uma chamada

Basta uma, que vale €0,60 + IVA e que vai ajudar os projetos da Animalife: apoio a famílias carenciadas com animais, apoio a mais de 200 associações de proteção e defesa animal, apoio a sem-abrigo que vivem com animais. Tudo para minimizar o abandono.

Vá, uma chamada custa tão pouco, e todos juntos poderemos fazer muito: 760 300 540.

26 de setembro de 2014

Das previsões meteorológicas

Saí de casa de manhã de Vespa porque ao fim do dia ainda queria ir a casa da minha mãe e depois ao El Corte Inglés inscrever-me num curso. Ontem tinha visto que só choveria no sábado, por isso fui descansada. Cheguei à editora e logo me perguntaram se estava doida porque vinha aí tempestade. Fui rever as previsões. Confirmava-se fortes chuvadas a partir das 15h com agravamento às 18h. Eram 16h e nada. Às 17h o céu começou a ficar ligeiramente escuro e decidi sair mais cedo, sem fazer nada do que tinha planeado para não apanhar uma carga de água. Cheguei a casa pelas 18h. Nada de chuva. Às 19h caíram umas pinguitas. Neste momento o céu está limpo, mas a meteorologia continua a prever tempestade, para hoje e amanhã.

Pergunto-me: Como é que com todos os avanços da técnica não se consegue fazer uma previsão meteorológica de jeito? Já não peço uma previsão acertada a 3 dias, muito menos a 1 dia. Peço que acertem pelo menos com a antecedência de umas horas. Mas não. Gostava que me explicassem porquê. É que se eu não fizer bem o meu trabalho sou chamada à atenção.

Escolha bizarra #55

Ter sempre atrás um grupo de mariachis a cantar... ou um tocador de gaita-de-foles?

Não sou um anjinho nem nada que se pareça...

... mas gosto muito dos lenços da Shovava, todos com padrões de asas de pássaros.




Sentados? Ou de pé?

Como passam a maior parte do dia? Sentados? Ou de pé? Deitados não conta, estou a falar das nossas horas ativas.

Espero que não sejam como eu, que passo a maior parte do tempo sentada, pois segundo este artigo da Time, viver sentado pode estar a dar cabo de nós. Por exemplo, e independentemente do exercício físico que se faça, quem passa a maior parte do tempo sentado tem 24 por cento mais probabilidade de desenvolver cancro do cólon, 32 por centro de cancro do endométrio e 21 por cento de desenvolver cancro do pulmão (mesmo sem fumar). Além de problemas como a diabetes, a obesidade e tantos outros.

Claro que grande parte dos estudos tem o verso da moeda, e que o artigo pode parecer um pouco exagerado, mas parece-me que estes conselhos não farão mal a ninguém.



24 de setembro de 2014

Caramba, que estou fidelizada!

É que em exclusivo para os assinantes NOS, a TVI vai lançar o novo canal +TVI, com uma pérola de programa como este. Quem se oferece para me dar guarida nos dias em que for transmitido?

PS: E alguém me pode explicar quem é esta Débora PIK8?


As coisas simples da vida, n.º 50


Ontem fizemos algumas à minha mãe, e ela como aniversariante ainda conseguiu fazer-nos uma data delas a nós. É tão bom ficarmos com a alma cheia.

Acordar

Acordar depois de termos dormido apenas 4 horas custa muito. Mas abrir a porta para o pátio e dar com toda esta vida ajuda bastante.


22 de setembro de 2014

O caso da vaca brava

Só há dias me chamaram a atenção para esta reportagem, que acho que já tem uns meses. E eu juro, juro, que no início julguei que fosse um sketch. Mas faz parte de um telejornal a sério. Juro que me vieram as lágrimas aos olhos...

As coisas que nos irritam #5


Isto é tão, tão irritante. Sobretudo porque quando nos lembramos dela a resposta era mesmo de uma perfeição absoluta!

Mães e filhos, de Colm Tóibín

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Este livro não é bem aquilo de que estava à espera quando o comprei, mas ainda bem. Esperava encontrar uma série de histórias de amor entre mães e filhos, mas acabei por encontrar histórias da vida real, histórias em que há amor e afeto, sim, mas também ódio, vergonha, arrependimento, acusações, revelações, culpas e desculpas.

São nove histórias que de algum modo retratam a relação (ou um momento da relação) entre mães e filhos. Mães que perdoam os filhos incondicionalmente, apesar de eles poderem ter cometido as maiores atrocidades. Filhos que já adultos descobrem falhas terríveis nas mães. Filhos que perdem as mães e assim se descobrem a si próprios. Mães que têm de continuar com a sua vida contra a vontade dos filhos.

É um livro muito mais pesado do que pareceria à primeira vista, mas também muito mais real. Quase todas as histórias passam-se na Irlanda, pais natal do autor Colm Tóibín, finalista do Man Booker Prize.

21 de setembro de 2014

Sabem que dia é hoje?

Scooter Day 2014

Quem tem scooter e não foi não sabe o que perdeu! Desde um workshop de condução defensiva a um belo passeio pelas ruas de Lisboa, passando por test-drives a uma data de modelos (eu experimentei a Yamaha Tricity, a Kymco Xciting 400 ABSa e a BMW C-Evolution), São Pedro ajudou e a organização também.














Mais fotografias aqui, no Facebook da Vespinha.

19 de setembro de 2014

Preciso do outro fim de semana

Sim, não deste, que só daqui a uma semana é que vou conseguir descansar.

As coisas que nos irritam #4


E as que, como eu já vi, as cortam na garagem comum? E as que cortam as unhas das mãos nos transportes públicos? Blagh...

Nada a temer, de Julian Barnes

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Este livro não é um romance. Mas também não é só um ensaio. Nem só uma autobiografia. É um livro de reflexões sobre a morte, em que Julian Barnes relata os primeiros contactos que teve com a mesma, o motivo por que às vezes a teme, as discussões que tem com o irmão filósofo acerca dela.

É um livro cheio de reflexões de outros sobre a morte, escritores, cientistas, religiosos, filósofos. Cheio de tipos de morte. Cheio de últimas palavras na hora da morte. Cheio de dúvidas sobre o que deixamos depois da morte. Não é um livro fácil, é preciso concentração (muita) para seguir alguns dos raciocínios, e também não é um livro que tenha resolvido o meu medo da morte, como se anuncia na capa. Mas é um livro que nos mostra a morte através de outros olhares, que equaciona a existência ou não depois da morte, que retrata crentes, ateus e agnósticos e as vantagens de cada um.

A primeira frase do livro diz muito do que vamos ler: «Não acredito em Deus, mas sinto a Sua falta.» Uma posição que, estando próxima do ateísmo, abre as portas para o resto. Eu, que acho que me encontro entre o agnóstico e o crente, acho que vale a pena lê-lo. Mas com concentração e paciência.