5 de setembro de 2014

O tempo morto é um bom lugar, de Manuel Jorge Marmelo

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Confesso que estava à espera de mais. Ou pelo menos de uma resolução. Porque a ideia deste livro é muito boa, está bem escrito, mas no fim perguntei: «E agora?»

Em resumo: na primeira parte, temos um ex-jornalista preso por alegado homicídio de uma celebridade, de quem era suposto estar a escrever a autobiografia como ghostwriter e com quem se envolveu. Herculano, sem ter a certeza de a ter matado, opta por se entregar e por aproveitar o tempo na prisão para pensar um pouco sobre tudo e não ter problemas com nada, com os credores, com a ex-mulher, com a filha. As referências ao mundo em que vivemos estão bem feitas, não forçadas, e quase que achamos que estar na prisão é uma boa solução para muitos desempregados.

Numa segunda parte, lemos a autobiografia de Soraya, a sua infância em Cabo Verde, a juventude num bairro clandestino em Portugal, tudo isto sem nunca sabermos muito bem quem a escreveu, a não ser que não foi a própria. Há dúvidas de que tenha sido Herculano, mas também há dúvidas de que o que lá está seja tudo verdadeiro.

Por último, surge-nos o sucesso da autobiografia de Soraya e o empenho de um jornalista mais velho que decide investigar o que de facto se passou na noite em que a rapariga apareceu morta na cama ao lado de Herculano.

E assim ficamos, com pouco mais. Em suma: gostei do estilo, gostei das ideias, mas detesto ficar com um final pendurado, daqueles que apelam à nossa imaginação. Detesto mesmo. Pode ser limitação minha, mas sou assim.

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