1 de junho de 2017

Arranha-céus, de J. G. Ballard

Só para começar: digam lá se esta capa é ou não é muito gira? E como a sinopse também prometia, fiqui a conhecer um autor que, sem o saber, tinha escrito O império do Sol e Crash. Mais dois pontos.

Este arranha-céus fica nos arredores de Londres dos anos 70 e foi pensado pelo arquiteto para ter todas as comidades integradas: lojas, piscinas, uma escola... 45 andares ao estilo das unidades de habitação de Le Corbusier. Este edifício alberga habitantes bastante heterogéneos, dos artistas e empresários que vivem nos andares superiores às famílias modestas que habitam os andares inferiores.E é aqui que começam os primeiros problemas.

Gradualmente, o ar condicionado vai deixando de funcionar, o lixo vai-se acumulando nas condutas, os elevadores param um após o outro. E, aos poucos, todos os pisos vão sendo vítimas de vandalismo por parte dos próprios habitantes. Estes, em vez de abandonarem o edifício, sentem-se presos a ele, entrando num estado de barbárie onde se vive o salve-se quem puder e onde o que interessa é a pura sobrevivência.

Um livro catastrofista mas que reflete uma boa parte da sociedade atual, não apenas pela caracterização das personagens, mas também pelas situações limite que vivem. Venham mais livros deste autor.

Sem comentários: