29 de novembro de 2017

Ser mãe de gémeas é... #45

... enquanto trato de uma, ter a outra a fazer asneiras. E quando trato da outra, a cena repetir-se.

28 de novembro de 2017

The Stepford wives, de Ira Levin

Li este livro quase de seguida a Rosemary’s baby, do mesmo autor. Sendo uma história num registo totalmente diferente da primeira, tem como denominador comum retratar uma situação bizarra e não nos deixar conseguir pôr o livro de lado durante muito tempo.

Joanna Eberhart muda-se com o marido de Nova Iorque para Stepford, na tentativa de terem uma vida mais tranquila e poderem criar os filhos num ambiente mais seguro. Stepford é uma pequena cidade pacífica, habitada por famílias compostas por pais trabalhadores (geralmente com cargos de responsabilidade e ligações às tecnologias) e por mães donas de casa perfeitas. Além de terem as casas impecáveis, elas próprias são um modelo feminino, dignas de aparecer em qualquer anúncio a produtos domésticos.

Neste ambiente, Joanna tem dificuldade em enquadrar-se e em viver num mundo dominado pelos homens, em que as mulheres existem praticamente só para os servir. Mas no meio de tantas esposas encantadoras conhece duas que são diferentes, mulheres com outros interesses, mulheres como ela. Só que, a dada altura, e após supostos fins de semana românticos com os maridos, também elas se transformam em verdadeiras fadas do lar, renegando tudo o resto. O que estará a acontecer para se darem tão grandes mudanças? Será Joanna a próxima?

O livro apresenta uma explicação nas entrelinhas, uma explicação sinistra que projetava já nos anos 70 muito do que estamos a viver nos dias de hoje.

27 de novembro de 2017

Alguns truques que vou adotar com as miúdas

Quando começarem a dizer mentiras:


Quando se põem com esquisitices (sim, já o fazem):


Quando começarem a engonhar de manhã:


Quando me quiserem pregar um susto daqueles:

24 de novembro de 2017

Tantas vezes que isto me acontece

Estou um fim de tarde sem elas e em vez de aproveitar para ir dar um passeio ou ao cinema, ponho-me a ir às compras para elas ou a organizar-lhes as roupas.

22 de novembro de 2017

O homem que perseguia a sua sombra, de David Lagercrantz

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Tenho gostado de ler estes dois últimos livros da saga Millenium, escritos por David Lagerkrantz depois da morte de Stieg Larsson. Desta vez, tudo começa com Lisbeth Salander presa temporariamente, apesar de (e por causa de) ter salvado a vida a uma criança autista no volume anterior. Na prisão, vive à sua maneira os típicos conflitos e jogos de poder, até ter de entrar em ação para defender uma reclusa alvo de maus tratos.

Cá fora, Mikael Blomqvist tenta decifrar o mistério que envolve Holger Palmgren, o velho tutor de Lisbeth, e Leo Mannheimer, um homem de negócios com veia artística totalmente descontente com a vida e de comportamentos contraditórios. As investigações acabam por levá-lo a sinistras experiências com gémeos levadas a cabo por um grupo de médicos suecos. Experiências que acabam por ter indiretamente influência na vida de Blomqvist e diretamente na vida de Lisbeth.

Para quem já começou a saga, vale a pena ler. Para quem ainda não leu nenhum volume, deve começar pelos primeiros, para ao chegar aqui perceber de que massa são feitos os dois protagonistas das histórias.

20 de novembro de 2017

Ser mãe de gémeas é... #44

... conseguir que o simples facto de estar sentada se transforme num carrossel para duas criaturas felizes.









17 de novembro de 2017

Dia Mundial da Prematuridade

Neste dia, não podia deixar de louvar as minhas filhas, que vieram ao mundo às 34 semanas de gestação e cujas primeiras horas de vida foram muito difíceis. Felizmente, disso nunca terão memória e para a história ficarão apenas estas fotografias.

A Maria e a Luísa no dia 3 de junho de 2016, com duas horas de vida:




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A Maria e a Luísa ontem, com 531 dias de vida:

15 de novembro de 2017

As últimas testemunhas, de Svetlana Alexievich

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Svetlana Alexievich, prémio Nobel da Literatura em 2015, tem um estilo muito próprio. Não escreve ficção, mas relatos da vida real. Foi assim em Vozes de Chernobyl, em que reúne o mais importante dos testemunhos de mais de 500 sobreviventes ao desastre nuclear, e é assim em As últimas testemunhas.

Neste livro de relatos, as testemunhas são adultos que relatam na primeira pessoa a sua experiência enquanto crianças na Rússia invadida pelos nazis na II Guerra Mundial. O que contam são coisas incríveis, muitas vezes episódios que só imaginaríamos nos nossos piores pesadelos, mas que foram vividos por crianças entre os 2 ou 3 anos e os 13 ou 14 anos.

O trabalho de Svetlana é extraordinário. Além das centenas de entrevistas que teve de fazer, consegue criar uma narrativa com o mais interessante de cada uma, num encadeamento lógico em que aprendemos sobre muitas coisas que nunca deviam ter acontecido. Já tenho na minha lista mental outro livros dela, A guerra não tem rosto de mulher, sobre o papel das mulheres na II Guerra Mundial.

13 de novembro de 2017

Este tópico é para a Clara

No sábado estava num dia mau. Em casa com as miúdas desde o sábado passado a limpar vomitados e preocupada com elas (duas gastroenterites, uma bronquiolite e uma otite bilateral), a precisar de ir trabalhar, sem poder tratar de assuntos de saúde da Loba e da Vespinha... Na verdade, a sentir-me impotente e um pouco inútil.

Vinha da farmácia com as miúdas no carrinho quando uma ciclista me aborda e me pergunta se sou a Vespa. Disse que gosta muito de aqui vir, desde os tempos em que a Vespa Mota ainda andava ativa, e que agora continua a acompanhar, pelas miúdas e pelos livros. É a Clara. O meu dia melhorou, fiquei a sentir-me um bocadinho mais útil. Obrigada!

10 de novembro de 2017

Copenhaga: as maravilhas

Aqui, aquelas coisas que recomendo a toda, toda a gente, porque não serão de certeza uma desilusão. São coisas únicas no mundo.

Lousiana Museum of Modern Art
Apesar de já me terem dito que valia muito a pena, acho que é mesmo indispensável. A coleção é muito interessante (destaco as esculturas esguias de Giacometti), as exposições temporárias também, e a ligação entre as várias partes do edifício e o exterior que conjuga arvoredo com mar é fantástica. O restaurante dá vontade de lá ficar durante horas e a loja seria uma perdição se eu tivesse dinheiro. Imperdível mesmo.


Tivoli Gardens
Um parque de diversões à moda antiga, isto é, sem megalomanias mas muito alegre. Fez-me lembrar a nossa velha feira popular, mas com divertimentos mais arrojados e com um ambiente muito mais bonito e mágico. Muita luz ambiente, muitos restaurantes, muitos doces, muitos gritos de excitação, muitas barraquinhas de brindes, muitos risos de crianças. Um local onde qualquer pessoa gostaria de ir.


Glyptoteket
Estava nos meus planos visitar este museu de escultura criado pelo fundador da Carlsberg, mas não fazia ideia do que me esperava. São autênticas florestas de estátuas que nos fazem perdermo-nos lá pelo meio, em salas ligeiramente obscurecidas para realçar o mármore das peças. O jardim de inverno, com a sua cúpula de vidro, é também muito agradável. Um museu diferente.

9 de novembro de 2017

Copenhaga: as surpresas

Aqui, aquelas coisas que surgiram por acaso ou por mera sorte e que transformaram momentos banais em momentos memoráveis.

Exposição Stanley Kubrick
Está numa galeria a que não tinha planeado ir, a Kunstforeningen Gl. Strand, mas ao saber desta exposição não pude deixar de entrar. Estão lá todos os filmes do realizador, alguns acompanhados de objetos irónicos originais. Os fatos dos símios de 2001, os vestidos das miúdas e a máquina de escrever de Shining, entre uma data de outras coisas. Fiquei com vontade de ver os filmes todos.


Exposição Nordic Noir Art 
Ao descer a rampa em espiral da Torre Redonda (Rundetaarn, um dos melhores locais para uma vista mais elevada sobre a cidade), reparei numa saída a meio para uma sala bem iluminada. Lá dentro, o trabalho de dois artistas, Carsten Krogstrup e Steen Larsen, com obras hiper-realistas cheias de histórias para contar.



Superkilen 
Não tinha planeado ir, porque fica um bocado longe do centro, mas acabei por aproveitar o autocarro gratuito para lá ir. É um parque curioso equipado com peças de várias zonas do mundo (de Lisboa está lá um dos bancos riscados da Expo), numa perspetiva multicultural que se enquadra muito bem na zona onde se insere.


Exposição Rineke Dijkstra
Está no Louisiana Museum e é uma grande mostra das mega fotografias de Rineke Dijkstra. São várias as coleções: a de jovens na praia que, apenas pela sua atitude e só de fato de banho, refletem bem o país e a cultura onde vivem; a de três irmãs fotografadas periodicamente ao longo de seis anos; a de recém-mães (uma, uma hora depois de ser mãe, outra após um dia e outra após uma semana); a de crianças irmãs fotografadas no ambiente que os pais querem, vestidas com as roupas que os pais querem...


Museu Marítimo da Dinamarca
Não planeara lá ir, mas no comboio a caminho do Louisiana decidi avançar por mais umas estações e ir espreitar. Fica em Helsingor, construído num subterrâneo a partir de uma doca seca, com projeto do ateliê BIG. Além de valer pelo edifício, a exposição é muito interessante e interativa, explorando a vida dos marinheiros, os seus hábitos em terra e no mar, os instrumentos que usavam, as mercadorias transportadas... Tudo muito, muito atrativo.


As crianças
Nunca tinha estado de férias num local tão frio (excetuando algumas temporadas na neve), por isso foi muito engraçado ver a quantidade de bebés transportados nos seus carrinhos faça chuva ou faça sol (e apanhei máximas de 7 ºC). É um facto: o clima não é impedimento para nada.


A facilidade em andar a pé
Estava com um certo receio de me cansar muito depois do que me sucedeu o ano passado, até porque há muito tempo que não fazia uma viagem “de cidade”. Mas foi fácil, muito. Andei bastante e nem senti necessidade de andar de bicicleta para chegar a alguns locais mais distantes. 

Os cafés
São bons e muitos, estão em todo o lado. Com uma boa quantidade e variedade de bolos e pão (sim, há pão muito bom na Dinamarca, e não precisa de ser daquele escuro e amargo), até livrarias mais pequenas têm o seu cafezinho lá dentro. Muito acolhedores e sempre com gente sozinha ou na conversa.

8 de novembro de 2017

Copenhaga: as desilusões

Aqui, aquilo que de algum modo não estava à espera, ou que esperava que fosse diferente, e que me deixou com um certo amargo de boca.

A limpeza em geral
Esperava ver uma cidade imaculada, mas não. Não é que haja muito lixo no chão, mas os comboios estão sujos, há paredes pintadas com garatujos e entrar numa loja de fast food faz-nos pensar que houve uma debandada geral, tal o lixo que ficou para trás.

Os preços
Gosto muito do design dinamarquês, mas o sueco não lhe fica atrás e a preços que há três anos, em Estocolmo, me pareceram bem mais simpáticos. Pela primeira vez faço uma viagem e não trago praticamente nada, exceto uns vestidos e uns teddy bears para as miúdas, e umas recordações muito básicas para a família próxima. É mesmo tudo muito caro.

A neutralidade
Tinham-me dito que os dinamarqueses eram extremamente simpáticos, mais do que os suecos. Pois não achei bem isso. Não são antipáticos mas também não são simpáticos. Entramos nas lojas e recebem-nos com alguma indiferença, enquanto em Estocolmo senti mais alegria. São neutros e estão ali para cumprir as suas funções.

Thorvaldsens Museum
É um museu de escultura e pintura exclusivamente com obras do artista Bertel Thorvaldsen mas achei todo o ambiente um bocado soturno, sem valorizar muito as peças. 


Christiania Freetown
Esta é aquela parte de Copenhaga que até há uns anos era completamente clandestina e onde se traficava estupefacientes como quem vende castanhas assadas. Hoje não está muito diferente. Apesar de a zona estar legalizada e os habitantes já pagarem impostos, as bancas a vender todo o tipo de ervas e outras coisas continuam a ser muitas. Há quem a considere uma enorme curiosidade, eu achei-a bastante decadente.


Loja da Lego
Sendo uma marca dinamarquesa com a projeção que tem no mundo, imaginava algo grandioso, com todas as coleções e mais algumas. Encontrei uma loja grande mas não enorme, inclusive com alguma limitação nas peças (uma das referências que tenho é a Lego Architecture, e os exemplares que lá vi são pouquíssimos). Uma loja Toys’r’us ou a Hamleys de Londres estão mais bem fornecidas.

7 de novembro de 2017

Copenhaga: os clássicos

Arrumo nesta categoria aquelas coisas que toda a gente quer à partida ver em Copenhaga e que eu também não quis deixar de ver.

Nyhavn 
É o “porto novo”, aquela imagem clássica de Copenhaga com as casinhas coloridas a ladear o canal preenchido de barcos. É muito bonito, sobretudo num dia de sol em que as cores das casas ganham outra vida.


Pequena sereia
Já sabia que era de facto muito pequena, por isso não me desiludiu nem me entusiasmou. Aproveitei um passeio de barco para a ver de passagem.


National Museum of Denmark
Um museu sobre quem habitou o território desde a pré-História até aos nossos dias. A parte da Pré-História e dos primeiros povos (talvez até à Idade Média) está bastante bem organizada, mas depois andei ali um bocado perdida a saltitar entre os anos posteriores.


Os passeios de barco
São uma boa forma de ficar a conhecer toda a zona portuária em pouco mais de uma hora. De ambos os lados do canal, zonas de lazer na água, edifícios modernos como a Ópera ou o Diamante Negro (a biblioteca), ou zonas mais residenciais com vistas brutais.


Os palácios
Visitei Rosenborg e Amalienborg e ficaram alguns de fora. É sempre interessante ver palácios por dentro, sobretudo se estiverem fiéis à época, mas é algo que também temos por cá por isso não foi nada de extremamente surpreendente.


As bicicletas
Metade da população de Copenhaga desloca-se de bicicleta, com uma grande tranquilidade. Ao contrário do que senti em Amesterdão, onde parecia que os ciclistas se deslocavam com fúria, o que causava grande stress nos peões, em Copenhaga andam com uma enorme calma, o que acaba por refletir a sua maneira de ser.

6 de novembro de 2017

Impressões de Copenhaga


Nos próximos dias, e como gosto muito de classificar as coisas, vou publicar aqui as minhas impressões sobre Copenahaga, organizadas da seguinte forma:
- os clássicos, locais ou situações que fazem parte do básico a ver;
- as desilusões, coisas que esperava que fossem diferentes e que não me agradaram; 
- as surpresas, coisas de que não estava à espera de visitar ou de encontrar e que me encheram as medidas;
- e os imperdíveis, aquilo que considero indispensável para voltarmos de lá de alma cheia. 

De fora ficarão algumas coisas que vi e visitei, mas que considero que não merecem grandes referências.

Para tudo, recomendo vivamente a compra do Copenhagen Card, que me permitiu entrar em todo o lado (todo o lado mesmo) e usar todos os transportes (inclusive até ao aeroporto) sem gastar uma única coroa a mais. Custou-me cerca de €120 para cinco dias completos (120 horas) e permite repetir as entradas no mesmo sítio, desde que não seja mais de uma vez por dia. 

Em conclusão e confirmação, mesmo antes de lerem os próximos tópicos: podemos seguir à risca o que preparámos para uma viagem, mas o que nos marca mesmo é o que surge além dos planos.